A
aspergilose é causada por membros do gênero Aspergillus que se apresentam nos
tecidos como hifas hialinas septadas e ramificadas dicotomicamente, ou seja,
num ‚ ângulo de 45 graus. A micose se manifesta em três formas clinicas: a alérgica,
de colonização e a forma invasiva. Poucos grupos de Aspergillus causam infecção
no homem. Espécies de Aspergillus dos grupos fumigatus, nigere, flavus os patógenos
mais comuns, porém também podem causar infecção por fungos dos grupos nidulans terreus,
ustus e restrictus. O aspecto microscópio do conidióforo permite a distinção
entre as diferentes espécies.
Dentre elas,
cerca de 20 espécies podem infectar o homem, sendo A. fumigatus, A. flavus, A. niger, A. nidulans e A. terreus
as mais prevalentes. Encontram-se relacionados à decomposição de substratos
orgânicos, mas também na produção de alimentos e dos ácidos cítrico, glucônico
e gálico.
A diferenciação entre espécies pode ser feita
pela análise morfológica microscópica dos conidióforos, bem como de sua
coloração, além da macroscópica das colônias. Estas se apresentam inicialmente
de cor branca, posteriormente passando a verde, amarela, castanha ou negra.
Possuem inicialmente uma textura aveludada tornando-se pulverulenta com a
produção de esporos, que dependendo da espécie podem apresentar rugosidade da
parede.
Aspergillus fumigatus
Aspergillus flavus
Aspergillus niger
Ao entrar em contato com o trato
respiratório, os esporos (que possuem o tamanho exato de um alvéolo) podem ser
eliminados pelo movimento ciliar, juntamente ao muco ou via fagocitose,
ocasionar processos alérgicos e/ou inflamatórios, infecções respiratórias e até
doenças disseminativas. Seja por exposição contínua ou imunossupressão em
indivíduos, este fungo está intimamente relacionado ao desenvolvimento de
doenças em regiões do interior, acometendo principalmente floricultores,
granjeiros e horticultores, bem como indivíduos em áreas hospitalares, especialmente
em períodos de reforma.
Modelo de transmissão e resposta imune
inata do indivíduo. (Fonte: PARK, S. J., MEHRAD, B., 2009)
Existem outros métodos de diagnóstico de
extrema importância que usualmente são realizados em concomitância à cultura,
principalmente o exame micológico direto (KOH 20% como clarificante), exames de
imagem como as radiografias e anatomopatológicos como a biópsia, além de testes
sorológicos como a presença de precipitinas (antígenos específicos), testes de
hipersensibilidade cutânea e técnicas moleculares como a reação em cadeia da
polimerase (PCR).
Micológico
direto – Aspergillus nidulans (à esquerda) Biópsia de parênquima pulmonar –
Coloração de HE – Hifas de Aspergillus sp.
com crescimento radial (45º) (à direita na seta)
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